O transtorno obsessivo-compulsivo é caracterizado por pensamentos excessivos e medos irracionais (obsessões) que levam a comportamentos compulsivos. Mas as obsessões podem não ser apenas preocupações com problemas do dia a dia, elas também nascem de idéias, imagens ou impulsos repetitivos e persistentes que provocam ansiedade.
Também conhecido como TOC, o transtorno não tem faixa-etária específica para atacar, tanto crianças, jovens, adultos e idosos podem desenvolvê-lo, mesmo que em pessoas longevas a doença se manifeste com menor frequência.
Na maioria das vezes, os sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo aparecem ainda na infância e se desenvolvem ao longo da vida, mas isso não descarta a possibilidade dos sintomas da doença aparecerem de forma tardia.
O que é o TOC
Se fala muito em TOC, às vezes até mesmo em tom jocoso, mas o que muitos não sabem é que este transtorno é considerado uma doença psiquiátrica grave, pior ainda, é uma doença crônica de acordo com informações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Entre as obsessões podem estar:
- Repetição de tarefas desnecessárias;
- Repetição de tarefas importantes ou não, porém já concluídas;
- Pensamentos circulares;
- Imagens recorrentes e persistentes;
- Entre outros.
No Brasil, estima-se que cerca de 8 milhões de pessoas sofrem com os comportamentos repetitivos causados pela doença psiquiátrica. Quem sofre com o transtorno acaba criando regras próprias para situações que anteriormente eram simples, estas regras são seguidas com rigidez, mesmo que algumas não façam o menor sentido.
Na terceira idade
Na terceira idade, o TOC pode ser confundido com meras manias que o idoso pode ter, o que resulta na não procura de diagnóstico ou tratamento. Mas o transtorno vai muito além de simples manias, quando se tratam de repetições que implicam na qualidade de vida da pessoa de terceira idade, cuidador e familiares precisam ficar atentos.
“Alterar hábitos e compulsões de idosos exige um trabalho mais demorado, o que também ocorre para medicá-los”, assim explica a psiquiatra Lee Fu-I, que atua no estado de São Paulo. Mudar hábitos na terceira idade não é uma tarefa fácil, principalmente quando o assunto é um transtorno grave.
A falta de um diagnóstico precoce torna o tratamento difícil e em alguns casos, quase impossibilita obter bons resultados. A situação pode ficar ainda pior quando o idoso é acometido por alguma outra doença durante os primeiros sinais do TOC, a insegurança causada por outro problema de saúde pode fazer com que as obsessões e o comportamento repetitivo se agravem.
Diagnóstico
O diagnóstico do TOC na terceira idade se dá através do que é avaliado por um profissional como o psiquiatra, que irá identificar compulsões e/ou obsessões como:
- Tocar repetidas vezes no mesmo objeto;
- Não querer tocar em um local já tocado por outra pessoa;
- Perguntas repetitivas;
- Pensamentos recorrentes;
- Verificações excessivas;
- Ações repetitivas;
- Entre outros.
Mesmo que se trate de uma tarefa bastante difícil, é preciso procurar ajuda e pôr em prática o tratamento para que o idoso possa recobrar a qualidade de vida que tinha antes do aparecimento do transtorno.