Ainda faltam muitos testes, mas o resultado inicial da pesquisa é animador. A estimativa é que cerca de 45 milhões de pessoas sofram com a doença.
Um novo medicamento para tratar o Alzheimer traz esperança para quem sofre com a doença. Ainda faltam muitos testes, mas o resultado inicial da pesquisa é bastante animador e já foi publicado na Nature, uma das revistas científicas mais respeitadas no mundo.
A memória de Conceição sofreu o primeiro apagão em um domingo, em um desses típicos almoços de família. “Minha mãe esqueceu quem era eu, quem era minha irmã, meu cunhado, as pessoas que conviviam com ela no dia a dia. Foi o primeiro choque para toda família e para ela também, que estava super lúcida”, conta Silvia Costa, filha de Conceição.
Depois dos exames, o diagnóstico: doença de Alzheimer. Isso foi há cerca de cinco anos. Naquele momento, Silvia decidiu não sair mais do lado da mãe, hoje com 82 anos: “Agradeço a Deus por a gente ter tido um diagnóstico rápido da minha mãe, porque muitos casos que a gente ouve é que quando foi realmente dar o diagnóstico a pessoa já estava em um estágio muito avançado e aí fica mais difícil ainda a medicação agir”.
O Alzheimer é causado pela morte de células cerebrais e ainda não tem cura. Quem sofre da doença, mais comum em idosos, costuma apresentar quadros de falta de memória e atenção.
“A grande dificuldade está na falta de informação que a gente ainda vê em território brasileiro, principalmente nas regiões mais afastadas dos grandes centros, acerca de demência, do que é a doença, as diferentes maneiras de se tratar tanto do ponto de vista farmacológico, como não farmacológico”, explica Ceres Ferreti, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).
No mundo todo, a estimativa é que cerca de 45 milhões de pessoas sofram do mal de Alzheimer, 1,2 milhão só no Brasil. O mais preocupante é que, segundo uma organização internacional que estuda a doença, a cada quatro segundos um novo caso de Alzheimer é detectado em todo planeta.
A esperança vem das pesquisas. Um novo medicamento conseguiu eliminar as placas de proteína que não são processadas e, de forma anormal, se acumulam no cérebro, uma das causas conhecidas da doença. Os testes são recentes e os resultados bem promissores.
Quanto maior a dosagem do medicamento, mais placas são eliminadas. “Esse tratamento mostra que, de fato, se formos capazes de intervir nessas proteínas que são depositadas, nós podemos modificar o curso da doença. Um teste objetivo como esse ajuda muito a avaliar o resultado efetivo de um tratamento.
Este é um avanço, você utilizar um marcador da doença, no caso a imagem. Eles verificaram também que houve uma certa melhora, uma redução da velocidade, progressão do distúrbio que esses pacientes têm. Então, isso é muito animador”, afirma o neurologista Ricardo Nitrini.